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8 de out. de 2010

A eterna luta: professores X pó de giz



Uma questão que ocorre nas Universidades, assim como na maioria das escolas brasileiras é a utilização de giz e do quadro negro como material didático.

 
Sabendo-se que muitos professores apresentaram, apresentam ou apresentarão,questiona-se: o que poderia ser feito com o pó de giz gerado nas salas de aulas? Como fazer com que esta acumulação seja minimizada para evitar os problemas de saúde respiratória, dos alunos e professores do Campus, e ainda, como dar uma melhor destinação para este tipo de resíduo, para a melhoria das condições do meio ambiente?

O pó de giz causa reações alérgicas diversas, atacando quem possui rinite, asma e outras doenças relacionadas às vias respiratórias. De acordo com o Setor de Saúde-DF (1995), 30% das enfermidades na pele dos professores doentes têm origem no excessivo contato com pó de giz nas mãos que finalmente atingem o sistema oftalmológico e respiratório, visto que o sulfato de cálcio hepta-hidratado danifica a mucosa. Impossibilitada de solucionar o problema da rejeição ao pó de giz, a Secretaria de Educação do Distrito Federal paga uma compensação financeira apelidada de Pó de Giz nos termos da Lei nº 202 de 09 dez 91 do DF. Martins (2005) cita que nos afastamentos de professores 22% foi devido a problemas causados pelo giz. Em contato com as cordas vocais altera a voz, e em contato com as mãos provoca a secura das mesmas.

Mesmo aqueles que não possuem nenhuma alergia, podem ser acometidos pelo pó de giz, já que esse age principalmente em mucosas e pele. Aponta-se como medida para reverter esta situação a substituição do quadro negro por lousas brancas, nas quais são usadas as canetas. A prefeitura de Contagem-MG anunciou a troca dos quadros de giz por quadros brancos de pincel. Porém, os estudos realizados não avaliam o impacto ambiental ocasionado pelo uso das canetas, mas apenas que ela irá diminuir os problemas relacionados às doenças respiratórias e vocais.

Uma alternativa para diminuição dos danos à saúde da comunidade acadêmica proposta pelos pesquisadores da UFSCAR é o recolhimento desse resíduo evitando sua dissipação. O coletor consiste em recolher o resíduo do giz acumulado na canaleta da lousa, tendo a capacidade de também recolher o resíduo acumulado no apagador. Uma vez armazenado, poderá ter um destino correto e diminuir seus malefícios. Sabendo que o giz é fabricado com compostos de calcário (CaCO3, CaCO2 e CaOH), poderia ser reutilizado com corretor de pH de solos. A demanda de calcário exigida por uma área agrícola ou florestal é de toneladas, entretanto, o resíduo do pó de giz poderia ser utilizado em áreas menores como jardins, hortas caseiras e composteiras.

Já o vereador Sergio Beltrame, da cidade de Foz do Iguaçu, Paraná, entrou com o projeto de Lei 34/2010, que dispõe sobre a obrigatoriedade da substituição do quadro negro por lousa branca, nas escolas da rede pública municipal, conforme especifica em sua justificativa abaixo:

“O especialista em alergia e imunologia Ronaldo Regis Mobius diz que reações extremas ao pó de giz são comuns em pessoas já alérgicas a ácaros, poeira, ou que sofrem de renite, por exemplo. Para os outros educadores, o que pode acontecer é um gradual processo irritativo no  nariz, acompanhado ou não de secura na mão.
Problema recorrente na carreira dos mestres é alergia ao giz. A dificuldade é tão grave que a Secretaria de Estado do Rio de Janeiro, por intermédio do secretário de Educação, Cláudio Mendonça, determinou a substituição gradual, do quadro-negro pelo quadro branco nas escolas estaduais. A mudança começará ser feita imediatamente, mas de maneira gradual, aos poucos, para não causar problemas nas verbas, já pequenas.
Os professores, que já fazem essa reivindicação há muito tempo, agora poderão contar com os quadros brancos (melamínico) que usam canetas do tipo "pilots" que não soltam pó, acabando com os problemas respiratórios e nas cordas vocais. Apesar de serem muito dispendiosas e onerarem as contas do Estado a mudança será de grande valia para o professor, melhorando suas condições de trabalho.
Até chegar aqui algumas alternativas foram tentadas para amenizar a tortura sofrida pelos mestres no convívio diário com calcário reduzido a pó e moldado em forma de bastonete usado nos quadros-negros. A primeira delas foi a criação de um adaptador para colocar na extremidade oposta do giz chamado gizeira. O produto foi aprovado quanto à alergia, mas contra-indicado no quesito economia: em determinada parte do giz, muito antes dele acabar não dava mais para aproveitar a gizeira.
Em 1996, o professor Edgar Zanotto e Walter Aparecido Mariano recebeu menção honrosa no Prêmio Governador do Estado de São Paulo, concedido pelo Serviço Estadual de assistência aos inventores, pelo invento "giz cerâmico, macio, durável e antialérgico". O invento foi desenvolvido por meio do talco de silicato hidratado de magnésio, encontrado na natureza. Apesar da maior durabilidade, mais macio e mais resistente à fratura o produto na verdade era só um paliativo, pois ainda soltava pó que sujava as mãos e deixava o ambiente com poeira, deixando os efeitos alérgicos um pouco menos ameaçados. Portanto, a lógica foi desenvolver um giz de talco - parcialmente sintetizado - pela sua provável maciez e ausência de efeito alérgico.
Os alunos também estão expostos a reações alérgicas em conseqüência da exposição diária.

Abaixo seguem algumas outras vantagens que as lousas brancas possuem sobre os quadros negros:
1) o pó de giz é terrível para quem tem rinite;
2) o pó de giz entra nas vias respiratórias e isso prejudica a voz;
3) lousas negras racham com facilidade, e, por vezes, tornam-se inutilizáveis;
4) as canetas são melhores para manusear que os gizes;
5) as canetas com seu apagador são mais leves que os gizes com seu apagador;
6) lousa branca é melhor para o aluno enxergar;
7) lousa branca é melhor para projetar imagens;
8) lousa branca é melhor de limpar, se usarem a caneta certa;”

Em Foz do Iguaçu, o presente projeto teve seu início através da participação de professores em audiências públicas realizadas nesta Casa de Leis, quando o assunto recorrente sempre era a dificuldade em lidar com os processos alérgicos originários do giz, ou seja, a presente proposta de lei visa atender reivindicação dos professores do Município.

Quem estiver interessado em mais informações e detalhes sobre a profissão de professor, há um trabalho muito bom desenvolvido por Deise Vilma Webber: “A profissão de professor na sociedade de risco e a urgência por descanso, dinheiro e respeito no meio ambiente laboral”, disponível no endereço eletrônico: http://www.sinpro-caxiasdosul.org.br/sinpro/admin/noticias/arquivos/73e959b961c9e2219caed97c3ec67f7c489_arqui.doc

Referências:
* Pesquisa sobre os Efeitos do Giz: UMA ALTERNATIVA PARA MINIMIZAR OS EFEITOS DO PÓ DE GIZ À SAÚDE DA COMUNIDADE ACADÊMICA. Ferreira, Larissa C.; Yamaji, Fábio M.; Fernandes, Hylio L.; Foratori, Felipe; Martins, Mayara R.; Mota, Débora dos S.; Oliveira, Leonardo S.; Silva, Leandro K. (Engenharia Florestal (UFSCAR-Sorocaba); Engenharia de Produção (UFSCAR- Sorocaba); Turismo (UFSCAR-Sorocaba); Ciências Biológicas (UFSCAR-Sorocaba).

* PROJETO DE LEI Nº 34/2010 Autor: Vereador Sergio Beltrame. Prefeitura de Foz do Iguaçu – Paraná.




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E no próximo post meu (Wal) irei falar sobre os cuidados que os professores e professoras devem ter não só com as mãos, mas com a saúde em geral para evitar esses problemas.
Até mais!

6 comentários:

Fá Mota disse...

Nem me fale em pó de giz... qndo eu tinha aula na facu morria so de pensar nele! Ótimas dicas Wal

Esmaltha disse...

Voote, pó de giz... nem me lembrava dessa coisa >.<
Eu nunca participava das aulas de escrever no quadro porque tenho rinite e algumas vezes me ataca bronquite, é horrível!!
Hoje eu dou aulas, mas no quadro branco. Giz é pré-história, precisam trocar os quadros negros urgente!

Momento de revolta rsrsrs

Beijos!!
Tha

Wal disse...

É verdade, mas lá mesmo na faculdade, ainda se usa giz e quadro verde nas salas de aula dos blocos mais antigos. Nos blocos novos já é tudo quadro branco, mas quem diz que eles querem gastar trocando os antigos...

Evelyn disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Evelyn disse...

Pó de giz... ninguém merece!
Aff...Ele é horrível... suja a mão e a roupa tbm.
Ainda bem q na minha facul já era quadro branco.

Bj

=)

Anônimo disse...

Meus parabéns pela excelente matéria. Me chamo Odair José de Freitas, Sou professor de matemática na educação básica e venho sofrendo com a utilização diária do giz na escola onde leciono. Sempre tive uma certa preferência por esse tipo de quadro, mas depois de refletir sobre o assunto, comecei a perceber que a mudança era urgente, tanto é assim que pretendo começar uma campanha junto aos meus colegas professores nos sentido de unirmos forças com vistas a essa mudança. Obrigado por essas informações e fica com Deus, a melhor de todas as companhias.

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